sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Balanço do réveillon em Copacabana.

Amigos, sinceramente, ano que vem vou procurar outro lugar para passar a passagem de ano.
Nunca vi uma desordem tão grande na praia como a ocorrida neste ano. Todos os anos, nos últimos 50 anos, tenho virado o ano nas areias da Praia de Copacabana, sempre com muita gente, mas sempre com um sentimento coletivo de o espaço ali era para todos. Todo ano pulava minhas ondinhas e até me arrisquei num jacaré na madrugada de 31 de dezembro. Sempre achei isso tão natural...
Mas não neste ano. Fileiras de cadeiras colocadas estratégicamente ao longo da calçada impediam a chegada às areias. E se a gente tentava ultrapassar os obstáculos e andar pela areia, surgiam as milícias familiares que grosseiramente nos empurrava, informando que por ali não tinha passagem. Claro, tinha que proteger suas geladeiras, isopores, churrasqueiras e traquitanas, tão importantes para a felicidade de suas respectivas famílias. E os demais? Ora, que se danassem.
Entre as muitas cenas deprimentes vi uma que me chocou. Um grupo de rapazes bêbados fizeram uma rodinha para urinar ali, bem no meio da multidão e, às gargalhadas urinaram sobre senhoras sentadas em cadeiras de praia. Uma cena digna do filme o Ovo da Serpente, em que judeus eram massacrados no meio da rua por hordas da juventude nazista. Sem reação por parte de ninguém.
A barbárie era total. Ficamos entalados no meio da multidão e não conseguíamos sair.
A prefeitura e seu maligno alcaide não tiveram o cuidado de criar algumas passagens vigiadas para que, quem quisesse, pudesse chegar às areias e atingir o oceano.
Com todo amor que tenho por este bairro que, por absoluta insistência minha se tornou o meu lugar de moradia e onde serão jogadas minhas cinzas, tenho que dizer. O seu réveillon foi uma frustração total.
Um show de desrespeito e barbárie.

2008-01-04 14:03:30

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