Não me lembro se já publicamos isso, mas achei agora durante a faxina anual da inbox e resolví publicar. O texto é do meu amigão jornalista Eduardo Leite, que anda meio sumido, e é uma homenagem aquele que foi um dos personagens mais marcantes da Copacabana de meados dos anos 1970!
A Éter
Éter
Eternamente
É ter na mente:
Que é possível estar
Presente,
ausente
Que é possível estar
Ausente,
presente
Éter- presente
Poesia displicente
Produção independente
Fantasmagoria diligente
Arte de quem sente
Que ter não é ser
Independente
Que a moléstia do presente
É se julgar presente
Pelo valor da moeda
Na conta corrente
Éter na mente
Que a mente
Mente
Quando a saudade
Sente
De quem
Ainda que ausente,
Está eternamente presente
Está éter na mente presente
É ternamente presente
E a lágrima não descente
Torna chorar a dor
Algo fútil
Pequeno
Indecente
Éter
Ternamente
Eternamente
Gigante
Na mente
Ainda que ausente
A presença
Pressente
Eterna
Gasosa
Permanente
Éter
Sem raivas
Sem mágoas
Sem dentes
Altivo e inocente
Mestre mudo
Mostra ao mundo
Que o amor não fica
Decadente
Não pode ser indecente
Com ou sem éter na mente
2009-01-06 12:52:28
muito bom o texto,...
ResponderExcluirabs
muito bom esse poema adoravelmente
ResponderExcluirObrigado pela força, Marcelo !
ResponderExcluirHora dessas eu volto, vapt-vupt!
Abraço,
JÔKA
Éter: conheci ele criança, tinha medo daquele homenzarrão, mas, com o tempo, acho que tanto ele quanto eu nos víamos com tanta frequência que passamos a ser "conhecidos". Ele era educado, pedia uns trocados para o éter ou para um salgadinho, agradecia e se retirava.
ResponderExcluirCerto dia vi uma aglomeração na esquina de Barata Ribeiro com Constante Ramos (perto da Farmácia Piauí). E lá estava o éter, com suas pernas inchadas, vencido enfim pela morte, mas ainda exalando a sua atmosfera gasosa-espiritual.