Naquele tempo, caminhávamos sempre atentos e buscando ser o mais discreto possível. O Ninja, suas estrelas e bolinhas que explodiam aterrorizavam o bairro. Sei, não precisa me aterrorizar, se ele ler isso, esse post-denúncia, eu posso não durar muito. Mas já sei como enganá-lo. Estudei sua trajetória por todo esse tempo.
É verdade, ele não era um homem bom e cordato, era um Ninja Vingador, rude e violento. Não era um Power Ranger amigo leitor. Meu trabalho de segui-lo, ver sua decadência com o tempo, a idade, a barriga já proeminente, as manias conservadoras, o gosto pela rotina e a constante insatisfação não foi de um “foca” de redação. Eu, apesar de toda indisciplina, acompanhei o caminhar do “Ninja de Copacabana”.
Eu sei, é verdade que ninguém sabe onde está sua famosa e justiceira Ninja To, à época comparada com a “lurdinha” de Tenório Cavalcanti. Suas estrelas voadoras e seus saltos históricos, antológicos mesmo. Sua capacidade de fuga quando queria assustar alguns amigos em pleno “Sangue & Areia”, futebol de praia noturno na princesinha do mar.
A violência é um tema na cidade e no bairro. Virou tema de um romancista policial, Garcia-Roza, que parece temer escrever sobre o Ninja de Copacabana. É fato, eu temeria. Ele era ruim.
Muito se fala seja na areia, no asfalto, nas comunidades, nos morros da cidade, daquele Ninja, justiceiro. Mas agora, depois de tanto tempo eu vou revelar. Sei que é arriscado. Mas vou revelar uma foto dele. Ai está o Ninja ainda criança com sua primeira Shuriken, a estrelinha Ninja, que ganhou do famoso Mestre Ninja Taputo Conada. É em primeira mão:

Publicado Por Paulo Lima em O Ninja de Copacabana
2008-02-25 15:59:03
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